
A calejadinha dos marmelais (de Alma Welt)
Os apelos do amor são infindáveis
E me ocuparam desde o amanhecer,
Digo desde a própria aurora do viver
Tão plena de momentos inefáveis
Quando eu tinha que seguir o coração
E erguer-me do meu leito na calada
E tateando ir ao sótão do irmão
Ou ao leito de uma prima tão amada...
Que medos, que suspense e que coragem!
Tão secreta vida e amor tão cedo!
Só podia dar poesia ou dar bobagem...
E eis que continuo provocando,
Calejada dos marmelos e do medo,
Rebelde, com o Amor ainda ando...
(sem data)
Nota
* A calejadinha dos marmelais- percebe-se que a Alma com esse título faz trocadilho com o do romance português A Morgadinha dos Canaviais, que foi o único que nossa mãe, "a Açoriana", sugeriu à Alma ler. E como ela castigava muito a Alma com a vara de marmelo...
(Lucia Welt)
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