sexta-feira, 16 de outubro de 2009

“O tempo e o vento” (soneto de Alma Welt para Érico Veríssimo)


Alma e o vento- pintura de Guilherme de Faria


(para Érico Veríssimo, in memoriam)

Para expressar o pampa, a minha terra,
Raízes fundas lancei de umbu-pampeiro,
Aquele grande da colina, sobranceiro,
(que nada mais me ceifa ou me desterra)...

Eu e a terra temos laços, somos um
E a planura se reflete em minha mirada
A buscar no horizonte como um zoom
A razão de ser poeta e... desvairada.

Mas tudo que me cerca está lançado
Num livro de registros imanente
De sonetos como flores do meu prado.

E se chegar um tempo sem memória,
Estarei plana e vasta em minha mente,
E o minuano há de contar a minha estória...


Nota
Acabo de encontrar este soneto na Arca da Alma, e maravilhada com essa bela homenagem ao grande Érico, imediatamente verti-o (ou transliterei-o) para o castelhano:


El Tempo y el Viento
(de Alma Welt para Érico Veríssimo, in memoriam)
(versión en castellano de Lucia Welt)


Para cantar la Pampa, que es mi hado,
Raíces hondas yo lancé, de umbu-pampero,
Aquél grande en la colina, elevado,
(que nada ha de segarme por entero)...

La tierra y yo tenemos lazos, somos un,
Y la llanura se refleja en mi mirada
A buscar el horizonte como un zoon
Y la razón de ser poeta y desvariada.

Pero todo a cercarme está lanzado
En un libro de registros inmanente
De sonetos como flores de mi prado.

Y cuando llegue un tiempo sin memoria,
Sin embargo amplia y llana en mi mente,
El viento ha de narrar mi propia historia.

Nenhum comentário: