Ungida no vinhedo dos avós,
Eu sinto que estou legitimada
E desde bem guria consagrada
A dar-me como vinho a todos vós.
Eis-me aqui, poetas e leitores
Nua, branca e bela, sem pudores
Com meus secretos filtros e perfumes,
Há muito devassada pelos lumes
Que lanço sobre mim, ó meus senhores!
Pois já nada escondo e tudo sou
Como a prerrogativa dos atores
E dos poetas, performers e cantores
Que sobem no palco e dão o show
Para glória do humano e seus humores..
08/01/2007
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Nota
Emocionada encontrei na arca da Alma este soneto que percebi como variante de um tema recorrente, e como estava sem título batisei-o com um já existente mas adicionando (II), para distingüi-lo. Alma conseguiu neste, a meu ver, expressar a vocação de todos os artistas e a legitimidade de seu suposto "exibicionismo". (Lucia Welt)
Há 5 meses
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