domingo, 4 de janeiro de 2009

Ecos no casarão (de Alma Welt)

De noite percorro o casarão
Por soturnos corredores silenciosos
Mas cheios de murmúrios capciosos
Das memórias do último verão

Quando a casa abrigava a alegria
Dos hóspedes ruidosos e parentes
Que lotavam como fosse hospedaria
Estes quartos agora tão silentes.

Ai! A casa já suspira de carência,
E chora e geme em sua demência
Tremelicando ao vento da campina!

Só restou Matilde, a mais fiel,
Galdério na charrete, sua sina,
E esta Alma que vaga, assim, ao léu...

16/01/2007

Nota

Encontrei nesta manhã de domingo, na arca da Alma, este belo e triste soneto, que denuncia o estado de espírito da Alma nos seus últimos dias. Infelizmente eu estava com meus quatro filhos (dois da falecida Solange, nossa irmã mais velha)em Alegrete e nada pude fazer por minha irmã, que eu não imaginava assim, tão desesperada... (Lucia Welt)

Nenhum comentário: