Após sete anos de auto-exílio
Nos jardins da grande Paulicéia,
Perdidos meu Vati e até um filho,
Numa rápida e dramática odisséia
Que narrei na novela de um tríptico
Que foi intitulada assim: “Narciso”,
E que tinha um romanesco típico
Das gurias sem o tal dente de siso;
Voltei ao meu Pampa abandonado,
Não sem antes um artista ter amado,*
Embora fosse ele quase idoso.
Mas o saldo positivo da jornada:
Com ele recobrei o antigo gozo
De amar, poetar, viver por nada...
12/02/2006
Nota
*Acabo de descobrir este soneto na Arca da Alma, e admirei-me de ser apenas o terceiro que encontrei com referências ao caso que minha irmã teve com o veterano artista paulistano Guilherme de Faria (67), portanto quase trinta anos mais velho que ela, e que muito a amou, tendo descoberto sua literatura, ilustrado, prefaciado e lançado, improvisando-se como seu agente literário e conseguindo uma Editora para o seu livro "Contos da Alma", lançado em São Paulo em 2004, além de publicar, ele próprio, pelas suas artesanais Edições do Pavão Misterioso, Kits dos poemas da Alma, em caixas de madeira com dezenas de folhetos ilustrados lindamente a cores com seus magníficos desenhos, de um dos maiores desenhistas que o Brasil já teve. (Lucia Welt)
Há 6 anos
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