quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Retrato de Jomara (ou Meu Plano - de Alma Welt)


Retrato de Jomara (penúltima musa do pintor)- óleo s/ tela de Guilherme de Faria, 1976,30x40cm, coleção Flavio Pacheco, São Paulo, Brasil

Retrato de Jomara
ou Meu plano (de Alma Welt)

Contemplando um retrato de Jomara
Que musa fora do pintor Guilherme
E no qual o artista a morte captara
Em vida, e a que só faltava o verme

Que a esperava em breve sob a terra
Oculto e insidioso predador...
Eu, modelo vivo e diva do pintor
Resolvi poupar-me o que me aterra,

Que por meu plano justo e infalível
Hão de encontrar-me nua e bela
Sob um lago, espelho mais sensível.

E pelas instruções que dei de mim,
As chamas levarão como uma vela
Minha beleza preservada até o fim...

05/01/2007

Nota
Acabo de encontrar, assombrada e comovida, este aterrador soneto na Arca da Alma, em que ela revela o seu plano de morte incorruptível, e que dissipou para sempre as dúvidas que em nós foram plantadas sobre as circunstâncias da morte da Poetisa, por aquele nefasto delegado Bennotti. (Lucia Welt)

* O pintor imediatamente após receber este soneto republicou seu quadro no seu blog com este comentário: "Espantou-me saber que o retrato que pintei (nos anos 70) de minha segunda musa, Jomara, realmente premonitório do aspecto terrível que ela adquiriria pela doença que haveria de matar aquela que fora uma beldade na nossa louca juventude, serviria de inspiração às avessas para o plano de morte de outra beldade, a minha última musa, a poetisa Alma Welt. (Guilherme de Faria)

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