terça-feira, 6 de outubro de 2009

Espelhos (de Alma Welt)

Como branca nau entre as ervinhas,
Singrando leve na campina, e sem mastro,
Eu penso em ti, ó bela Inês de Castro
E “no nome que no peito escrito tinhas.”

Bah! Quisera eu ser somente em mim,
E nenhuma imagem santa carregar
Para minha própria imagem respaldar,
Ser eu mesma e só, esta Alma, assim.

Porém, se colho a flor ao meu alcance
Outra imagem, a de Florbela, tão amada,
Me joga noutro tempo, noutro lance.

E eu perambulo viva entre os séculos
Fazendo do Tempo minha morada,
Neste jogo de almas e de espéculos...

(sem data)


Espejos (de Alma Welt)
(versión al castellano de Lucia Welt)


Como blanca nave entre las hierbas,
Singlando leve, sin verga y sin lastro,
Yo pienso en ti, oh bella Inês de Castro.
Y el nombre que en el pecho escrito llevas.

Ah! quisiera ser mi misma, toda en mí,
Y ninguna imagen santa respaldar,
Para ver mi propia aura irradiar,
Ser yo misma y sola, esta Alma, así.

Sin embargo la flor cojo a mi alcance,
Y la imagen de Florbela, tan amada,
Me lanza en otro tiempo, en otro lance.


Y yo vagueo entre flores y tubérculos
Haciendo del Tiempo mi morada
En este juego de almas y de espéculos.

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