Encontrei este soneto manuscrito, solto no meio da papelada da Alma, e dei-me conta de que não o conhecia, não o transcrevera ainda nos seus blogs. Acabo de publicá-lo nos "Sonetos Metafísicos da Alma", que recomendo aos leitores:
www.sonetosmetafisicosdealmawelt.blogspot.com (Lucia Welt)
O fio da navalha (de Alma Welt)
Quando penso nos lances que vivi,
Vejo que já estavam em meu destino
E ao passar por eles revivi
Um trajeto antigo e muito fino:
Uma espécie de fio de uma navalha
Em que caminhamos entre abismos
Para subir ao Olimpo ou ao Walhalla
Ou alguns que tais paroxismos.
E depois do caminho percorrido
Quase divididos pelo fio
Chegamos ao plano prometido
Um enorme e belo prado ondulado
Pelo Letes* cortado, aquele rio,
E teremos a nós mesmos alcançado.
09/06/2006
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Nota
Letes- rio do esquecimento que cortava a planície do mesmo nome, e de cujas águas as almas dos mortos eram obrigadas a beber, esquecendo assim a sua vida anterior antes de escolherem sua nova vida. Ao todo passamos por dez encarnações em cada ciclo de mil anos, segundo Platão no mito órfico de Er, nas últimas páginas de A República.
Há 6 anos
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