sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O meta-temporal (de Alma Welt)


Fugindo da chuva- óleo s/ tela de Guilherme de Faria, 50x60cm

O meta-temporal (de Alma Welt)

Eu vinha doida correndo pela trilha
Que sempre me devolve ao casarão
O minuano soprava na coxilha
E eu tremia ao ribombo do trovão.

Então logo começou o temporal
E vi-me enregelada e em terror.
Não lograva chegar no meu quintal
Para afinal recuperar o meu calor...

Então me lembrei que sou a Alma
E que posso questionar meu Criador
Ou mudar pr’um soneto que me acalma.

Mas nos versos, mesmo mundos inventados,
Não escapamos das encrencas e da dor,
Se Poetas, pelos deuses adorados...*

19/10/2004

Nota
*Se Poetas, pelos deuses adorados...- Este verso faz alusão à famosa frase (anônima ou de um grego antigo?): "Aos deuses apraz fazer sofrer àqueles que eles mais amam..."

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