quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A pedra e a rosa (de Alma Welt)

O ser humano tem a ânsia da fusão,
Do misturar-se ao outro docemente
Pra estar além da inata solidão
Em que o corpo é cárcere da mente.

Mas quantos vãos rodeios sedutores
A alma pra se unir deve fazer,
Tão próxima do outro, seus pendores,
E tendência a tão só permanecer

E de restar no meio do caminho
Por medo do silêncio que ali medra
Depois de todo o imenso burburinho.

Pois a procura é antiga e duvidosa
Como a filosofal e rara pedra
Que cria ouro, em vez de pura rosa...

19/01/2005

Nota
Acabo de descobrir, nesta manhã, este notável soneto inédito na Arca da Alma, que trata do amor como a procura elaborada de uma dúbia transmutação alquímica, uma amálgama que deveria criar a rosa, em vez do cobiçado ouro.
Todavia imagino que as pessoas preferem (como eu) a Alma em sua faceta dominante, que é a confessional, isto é, quando ela fala na primeira pessoa, e de si mesma, o que é o seu encanto, pois podemos nos identificar com ela em sua alma feminina universal.
(Lucia Welt)

Nenhum comentário: