quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O pomar da Poesia (de Alma Welt)

Ser bela e disso ter conhecimento
Entre as flores da coxilha e do jardim,
É meu privilégio e meu tormento
Que tanto me conforta ainda assim

Pois sou grata aos dons que a Natureza
Quis por bem dotar-me de sobejo
Embora me olhem com a estranheza
Do medo... ou talvez, só do desejo.

Mas tão cedo doar-me ao meu irmão,
Que guria fora eu pequena Eva
No pomar de nossa doce perdição,

Com isso não contava, era destino,
E como o meu penhor do feminino
Eis o que à Poesia ainda me leva...


(sem data)

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