sábado, 9 de agosto de 2008

Se me perguntarem... (de Alma Welt)

Se me perguntarem o que quero
Com tanto escrever, em catadupa
Soneto após soneto, eu reitero
Que isso me elimina toda a culpa.

Sim, a que se instala em nossa alma
Com o primeiro vagido após o tapa
E faz o ser humano ter um mapa
Do inferno gravado em sua palma.

Em sendas ocultas e entrelinhas
Eu vou, vago, vôo e deixo ir-me
Ignorando as coisas comezinhas.

Escrevendo recupero a inocência
E posso tudo, e na alma permitir-me
Ir muito além da dor e da demência.

15/12/2005

Nota
Ao encontrar há pouco este soneto, apertouse-me o coração, pois pela data percebi que fora escrito poucos dias antes da sua internação na Clínica em Dezembro de 2005, que tanta preocupação e dor nos causou, inclusive com sua fuga e percalços em caronas de caminhão pelas estradas do nosso Pampa. Este soneto testemunha a luta heróica da Alma para fugir "da dor e da demência" que rondavam a sua alma de poeta, de artista predestinada e de mulher muito bela, excepcionalmente pura e ardente.(Lucia Welt)


Se me preguntan... (de Alma Welt)
(versión al castellano de Lucia Welt)


Me preguntan que quiero yo con eso
De tanto escribir, en catarata,
Soneto tras soneto, se este peso
No representa el fardo de una rata,

Yo digo que eso por contrario
Descarta la culpa que se instala
En nosotros con aquel golpe primario
Que ha de hacer la vida entera mala,

En senda, trilla y entrelínea
Yo me voy vagando o a volar
Ignorando las cuentas por pagar.

Escribiendo recupero la inocencia
Y todo puedo, en el alma curvilínea
Driblando el dolor y la demencia.

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