quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Pelas Sendas do Vale Encantado (de Lucia Welt

Pelas Sendas do Vale Encantado (de Lucia Welt)
(Para Claudio Bento, poeta do Jequitinhonha)


Caminha o poeta pelas sendas
do Vale Encantado ora seco.
Seu olhar perscruta e confere
cada talo de capim cada grão de poeira
do solo que lenta e inexoravelmente
vira areia.

Caminha o poeta com seus sonhos
e sua dor por este chão
o mesmo de sua infância ideal
ora a gritar-lhe em agonia.

Ele veio às terras apinhadas
à grande cidade cheia de promessas
ainda nos campos dos Gerais
onde instalou seu instrumento
pouco agrário
lançando exasperadas sementes.

O poeta chora o seu vale
e com ele olhos distantes e estranhos
choram
os talos secos
o chão rachado
que lentos e inexoravelmente
viram a areia
de uma ampulheta viva e dolorosa.

O Vale Encantado chora e canta.
Ainda insiste em cantar este Vale
pelos seus poetas
que atônitos percorrem
suas sendas ora secas e tristes.

O poeta caminha.

22/11/2007

PS. Bento querido, certamente os meus olhos choram o teu vale
quando penso nele e em ti a percorrê-lo.
_______________________________________________________

RESPOSTA do Claudio Bento:



Lu, mais uma vez emocionado leio cada verso com especial carinho teus versos plenos de verdade e beleza. Tua poesia respinga passado, alma barroca abarcando os sentidos poéticos. Tua poesia possui algo que nos carrega para as coisas infindas. És uma artesã que lapida sua pedra em busca do lume, preciosa palavra lavrada em diamante.
Mais uma vez comovido meus olhos brilham, meu coração bate mais forte e espraia-se agradecido.
Obrigado poetisa pampeira, musa dos meus sonhos mais doces.
Beijos de admiração e de desejo.

CLaudio Bento

--------------------------------------------------------------------------------
Date: Thu, 22 Nov 2007 11:13:10 -0200

Nenhum comentário: