Perguntas-me o que pelo outro faço,
Pra a pobreza minorar ou sofrimento
Dos que já não tem o menor traço
De esperança, ou do coração o alento.
O que faço pela fome dos famintos,
Pela miséria imensa que há ao lado
E passamos como pelo lixo os pintos
Ou como pela xepa do mercado...
E eu que renunciando a toda posse,
Minha parte nesta estância já doei,
Na garganta me sinto vir a tosse,
Aquela da vergonha e embaraço.
Talvez fútil, só a alma mesma dei
Aos que me notaram enquanto passo...
22/04/2006
Há 6 anos
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