domingo, 21 de fevereiro de 2010

Não ao anátema (de Alma Welt)

Me disseram que amar o meu irmão
É uma doença que tenho que tratar.
Mas jamais concordarei com tal visão,
Que um amor não serei eu a extirpar,

Sob pena de lesar-me a existência,
E ficar só e vazia, de repente,
Que sem amor a vida é quase ausência
E o Nada entra, fica, e nos desmente.

Pois lembro que expulsos do Jardim
E arrastados debaixo de um berreiro,
Rejeitei a dor do anátema... em mim:

Não reneguei o amor de meu irmão,
Que, audaz, afrontei o mundo inteiro,
E o canto em prosa e verso desde então.

(sem data)

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