Quando vem a consciência de existir,
Eis quando me sinto mais desperta.
Não somente em solidão, mas no devir
De minha projeção como poeta.
Não trocaria a vida de meus sonhos,
Meu dom de criar ou recriar,
Pela vida aventureira dos bisonhos,
Que mal sentem, por não saber contar.
Shelley e Byron um pirata agregaram
Ao seu seleto grupo junto ao lago
Onde com Mary um Prometeu sonharam,
Mas logo descartaram aquela praga
Ao constatar o quanto ele era vago,
E inconsciente de sua própria saga...
27/04/2005
Notas
*devir - Termo de filosofia que significa o "vir-a-ser", tornar-se, enquanto projeção idealística do ser.
*Onde com Mary um Prometeu sonharam - Lord Byron, junto com o casal Shelley, Mary e Percy, este, grande poeta como ele, passaram alguns verões numa mansão alugada, Villa Diodati, à beira do lago de Geneva, na Suiça. Ali Mary Shelley surpreendeu ao escrever (por causa de um "concurso " entre os amigos) sua obra imortal, "Frankenstein ou o Moderno Prometeu". André Maurois, no seu romance biográfico "Don Juan ou A Vida de Lord Byron", conta que, eles, tendo conhecido e agregado ao grupo um verdadeiro pirata (que se revelou um parasita, claro), desses que abordaram e pilharam navios nos oceanos, se decepcionaram logo, ao perceber que esse homem, no convívio pessoal era desinteressante e nada sabia contar do que vivera. ( Lucia Welt)
Há 6 anos
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