Minha Matilde me quer fazer rezar
Pro seu Santo Antonio das gurias.
Ela acha que preciso me casar
Pra parar de fazer estrepulias
E correr louca atrás de meu irmão,
Escândalo antigo que agonia
A minha boa bá que isso já via
Desde que éramos piás no casarão.
Mas lhe digo enquanto se persigna:
"Sabe, querida, com Rodo sou casada,
Secreto rito celebrou a minha fada,
No bosque foi o enlace consumado.
A culpa não é da fada, mas do Fado,
Se aos teus olhos ainda sou indigna"...
(sem data)
Nota
Acabo de descobrir este soneto inédito na Arca da Alma, um dos muitos que abordam a a relação proibida da Alma com nosso irmão, e a atitude da Matilde, nossa ex-babá e atual cosinheira, muito católica, que sofreu desde o começo essa paixão da Alma por Rodo, que a horrorizava sem contudo comprometer ou diminuir o seu amor devotado por minha irmã.
Vou imediatamente agregá-lo à graciosa série Sonetos da Matilde de Alma Welt, no blog específico que assim entitulei. (Lucia Welt)
Há 6 anos
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