sábado, 20 de fevereiro de 2010

Alma, casada (de Alma Welt)

Minha Matilde me quer fazer rezar
Pro seu Santo Antonio das gurias.
Ela acha que preciso me casar
Pra parar de fazer estrepulias

E correr louca atrás de meu irmão,
Escândalo antigo que agonia
A minha boa bá que isso já via
Desde que éramos piás no casarão.

Mas lhe digo enquanto se persigna:
"Sabe, querida, com Rodo sou casada,
Secreto rito celebrou a minha fada,

No bosque foi o enlace consumado.
A culpa não é da fada, mas do Fado,
Se aos teus olhos ainda sou indigna"...

(sem data)


Nota
Acabo de descobrir este soneto inédito na Arca da Alma, um dos muitos que abordam a a relação proibida da Alma com nosso irmão, e a atitude da Matilde, nossa ex-babá e atual cosinheira, muito católica, que sofreu desde o começo essa paixão da Alma por Rodo, que a horrorizava sem contudo comprometer ou diminuir o seu amor devotado por minha irmã.
Vou imediatamente agregá-lo à graciosa série Sonetos da Matilde de Alma Welt, no blog específico que assim entitulei. (Lucia Welt)

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