sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A charrete na ventania (de Alma Welt)


A charrete na ventania -pintura de 1967 do mestre José Antonio da Silva

Depressa, Galdério, com a charrete!
Faça a égua correr, mas sem chicote.
Sei que podes conseguir, a ti compete,
Use de persuasão... e que ela trote!

Bá! Velho Mino, tu me assustas!
E temo que invadindo teu espaço
Nos percamos assim nas tuas volutas
Ou nos enrolemos no teu laço.

Contigo não disputo, tu me gelas!
Vai, Miranda, bota sebo nas canelas
Ou esta noite não verei meu casarão

Com a lareira a crepitar em nossa sala,
Uma ceia à doce luz do lampião
E vinho vindo da adega na senzala...

(sem data)

Notas
Velho Mino- era como a Alma chamava o vento minuano, que ela temia e venerava.

*...vindo da adega na senzala- No seu romance A Herança, Alma conta como descobriu uma safra inteira de 1.000 garrafas de um vinho magnífico, a verdadeira herança de nossos avós, escondida numa adega por nós desconhecida, debaixo do casarão e que fora uma antiga senzala.

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