Creio que uma vida é bem vivida
Quando deixa rastros indeléveis,
Não aqueles tímidos e débeis
Que mal fazem crer que foram vida.
Uma carta intensa e apaixonada
Já é esforço e marca suficiente,
Ou um cartão na arca da mansarda
Que achado comova algum parente...
Um quadro, um livro, é o que proponho,
Um soneto, se possível mil sonetos
E a surpresa final de alguns tercetos.
Nunca como “a pena de existir”,
Vida, vida e arte, como um sonho,
E o agora de um fantástico porvir!
12/01/2007
Nota
Encontrei agora há pouco este soneto que é bem uma "profissão de fé" típica da Alma. A grande Poetisa acreditava na absoluta nescessidade de criar para estar viva, como expresso naquele prólogo famoso de Fernando Pessoa à suas Obras Completas, na frase dos antigos navegadores portugueses: "Navegar é preciso, viver não é preciso", que o Poeta parafraseou em "Criar é preciso, viver não é preciso." (Lucia Welt)
Há 6 anos
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