Eis-me aqui, poeta deste prado,
Senão do povo, por certo desta estância
Em que o peão, ao menos à distância
Se mistura, contente, com seu gado.
Sim, porque o gado é dele mesmo
Enquanto tangido na coxilha
E não importa a posse da novilha
No meio da boiada, assim a esmo.
E eu também sou parte, mera, então,
Canora deste mundo que me molda
Como uma andorinha no verão
Emitindo a nota mestra da canção,
Como voz que de perto não se amolda
Mas é grito de alegria e... diapasão.
(sem data)
Nota
Mais um soneto inédito encontrado na fabulosa Arca da Alma, e que deve por certo pertencer aos "Pampianos da Alma". Acredito que os sonetos inéditos da Alma que se acham na Arca ainda por conferir e compilar, farão seu número passar de 1.500. Convenhamos: é prodigioso! Principalmente pela alta qualidade de cada um, formando um corpo de obra tão homogêneo e ao mesmo tempo tão diversicado de assuntos ou temáticas. Trata-se realmente de uma obra universal, apesar da sua raíz gaúcha e rural. (Lucia Welt)
Há 6 anos
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