Longe ladra o mastim fiel da casa
E sabê-lo correndo e farejando
Me faz sentir que tenho asa
E longe vou... e pelos longes ando.
Mas quando ele volta assim, babando,
Excitado por algo insondável
Suspeito que jamais tive o comando
Desse mundo sutil e incontrolável,
Já que um dia percebi com emoção
Que era eu que ele mais longe farejava,
O aroma que pra ele era uma festa,
E que a prova real de que me amava
Era trazer a sua leal comparação
Encostando o focinho em minha testa.
(sem data)
Nota
Descobri agora de manhã este curioso e encantador soneto na Arca da Alma. Minha irmã amava os animais: seus cães, seus cavalos e toda a fauna destes prados e do mundo. E naturalmente os animais lhe correspondiam, de maneira nítida e comovente de se ver. (Lucia Welt)
Há 6 anos
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