Medito sobre a verve do poeta
E o perigo de lidar com as palavras
Para além da ilação delas, direta,
Com a semeadura e suas lavras
Já que os vocábulos são germe
De novas inquietudes e questões,
Quer colhidos com outras intenções
Ou plantados abaixo da epiderme
Do ser, aquém da carapaça,
Ou ainda bem debaixo da razão
(e nisso consiste a ameaça)
Pois a fúria contida na origem
Fez do “logos” a causa da explosão
Que criou o Universo e sua vertigem...
(sem data)
Nota
Acabo de encontrar este soneto na Arca da Alma, de nítida conotação metafísica e notável complexidade, escrito num guardanapo de papel (gostaria de saber em que ocasião e contexto ela o escreveu). Creio que a profundidade do pensamento da Poetisa a levou a essa "vertigem" fatal que ela pressentia e temia.( Lucia Welt)
Há 6 anos
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