sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Big Bang, ou a Fúria do Logos (de Alma Welt)

Medito sobre a verve do poeta
E o perigo de lidar com as palavras
Para além da ilação delas, direta,
Com a semeadura e suas lavras

Já que os vocábulos são germe
De novas inquietudes e questões,
Quer colhidos com outras intenções
Ou plantados abaixo da epiderme

Do ser, aquém da carapaça,
Ou ainda bem debaixo da razão
(e nisso consiste a ameaça)

Pois a fúria contida na origem
Fez do “logos” a causa da explosão
Que criou o Universo e sua vertigem...

(sem data)

Nota
Acabo de encontrar este soneto na Arca da Alma, de nítida conotação metafísica e notável complexidade, escrito num guardanapo de papel (gostaria de saber em que ocasião e contexto ela o escreveu). Creio que a profundidade do pensamento da Poetisa a levou a essa "vertigem" fatal que ela pressentia e temia.( Lucia Welt)

Nenhum comentário: