
Alma a vagar na pradaria- óleo s/ tela de 50x60cm, de Guilheme de Faria (da fase romântica do artista)
(Surpreendentemente, encontrei hoje de manhã este soneto inédito da Alma, em sua arca, que evidencia que ela conhecia o poema de Murilo Mendes, e que este a inspirou de maneira singular. Mas pode-se perceber também a semelhança da cena por ela descrita com um outro texto, um belíssimo monólogo de Cathy Earnshaw (ou Cathy Lindon), do romance O Morro dos Ventos Uivantes( Wuthering Heights) de Emily Brönte, que Alma amava sobretudo, por sua imensa identificação com a personagem da charneca inglesa vitoriana). (Lucia Welt)
Meu overmundo (de Alma Welt)
Tive um sonho esta noite, recorrente,
Pois me pareceu bem familiar:
Eu morria jovem, de repente,
E não podia decidir quando voltar.
Antes me era dado ver o mundo,
Mas sem escolher hora e lugar
E teria assim meu overmundo
Pois que Deus me queria premiar.
Mas, bah! eu chorava de saudade
Do meu pampa, estância e casarão,
Minha querência, Rôdo, nossa herdade!
E tanto solucei, e o pé batia,
Que Deus não suportando a confusão
De cabeça me atirou na pradaria!...
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14/11/2006
Mi overmundo (de Alma Welt)
(versión al castellano de Lucia Welt)
Tuvo un sueño esta noche, recurrente
Pues me pareció muy familiar:
Yo moría joven, de repente,
Y no podría decidir cuando tornar
Antes me era dado ver el mundo
Aunque sin escoger hora y lugar,
Yo tenería así mi "overmundo"
Pues que Dios me quería premiar.
Pero yo lloraba en nostalgia
De mi Pampa, hacienda y caserón
Nuestra herencia, Rodo, lo que habría!
Y tanto he sollozado y el pie batía
Que Dios, que no es ningún cabrón,
Me lanzando en la pradera se reía.
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