Tenho com os domingos dúbia liga
Pois embora ensolarados em essência
Me fazem ver do Tempo a vã carência
E a tal fugacidade, ó minha amiga.
A contagem domingueira se revela
Ultimamente regressiva e voraz
Embora eu seja jovem, viva e bela,
Já me vejo saudosa a olhar pra trás.
Eis que me sinto assim contemplativa,
Que nunca fui alguém que muito chore,
E me ponho a vagar como uma diva
A colher florzitas como a Core
No seio claro desta natureza viva
Antes que o escuro solo me devore.
28/11/2006
Nota
Acabo de encontrar este belo e impressionante soneto da Alma, que faz ver a persistência de seu pressentimento da morte próxima. Vale aqui relembrar o mito de Core (a Perséfone dos gregos) filha de Ceres, a deusa das colheitas(a Deméter, dos gregos) que estando a colher flores na pradaria, subitamente o solo se abriu e ela foi agarrada pelo deus Hades, do escuro subsolo do mundo (o reino de Hades)onde passaria, por intercessão de Zeus, a pedido de sua suplicante e sofrida mãe, a viver por seis meses, sendo que os outros seis poderia passar com sua mãe sobre os campos. Esses ciclos se relacionavam com o tempo do plantio e o da colheita. (Lucia Welt)
Dudosos domingos (de Alma Welt)
(Versión para el castellhano de Lucia Welt)
Tengo con los domingos una liga
Por quanto solarados en esencia
Me hacen ver del Tiempo la carencia
Y la fugacidad, oh! mi amiga!
La cuenta dominguera se revela
Desde luego regressiva y voraz
Todavía soy jóven, viva y bella
Sin enbargo estoy mirando hacia atrás
Y me siento tan contemplativa,
Jamás ha sido así quien tanto llore...
Y me pongo a vagar como una diva
Que coje florecitas como Core
Nel seño de la Natura viva
Antes que el suelo me devore.
Há 6 anos
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