(Encontrei agora mais este soneto que me fez chorar. Alma previa sua morte iminente e expressava seu amor desmedido por isto tudo, sua vontade de permanecer para sempre por aqui, mesmo vagando, sem manhãs orvalhadas. Mas... ela se via a vagar eternamente com Rôdo, o irmão amado.(Lucia Welt)
Aqui estarei (de Alma Welt)
Aqui estarei, meu Rôdo, quando tudo
Naufragar em nós com o navio
Que é este casarão já quedo e mudo
A crepitar como uma vela sem pavio,
E nós, como sombras sorrateiras
Esgueirarmo-nos por estes corredores
Ou por este salão e suas soleiras
Que olharão para os últimos albores
Já a nos ver espectrais em cavalgadas
Ou mesmo a pé a vagar nas pradarias
Nas novas noites, eternas e tão frias...
Ai! Não mais claras manhãs, e orvalhadas,
Onde rindo perdoavas meus deslizes
E eu aos teus, por sermos tão felizes!
14/01/2007
Há 6 anos
2 comentários:
Lu!
o que vc escreveu sobre a Alma encaixa perfeitamente em uma intuição que tive quando soube um pouco mais da vida e obra dela...
a impressão que eu tive, e tenho, cada vez mais forte, é que Alma conseguiu - como posso dizer, sem parecer...? - viver de um modo mítico...sem ser profundo não se consegue isso tão naturalmente. a palavra que vc escolheu, arquetípico, é perfeita...estar de acordo com as coisas até a universalidade.
claro que essas são impressões de fora...até resolvi ficar quieto, mas já que foi dito, está legitimado por um testemunho exterior...
acredito bastante que essas impressões que estou tendo vão ser impressões bem gerais, dentro em breve.
"Ela era, sem dúvida a última grande romântica do século XX."
concordo...pleno.
o que estiver ao meu alcance, faço.
beijos!
Corso!
Sim, e que bom que temos agora a ti como aliado nesse apoio à obra da grande Alma! Tu, um poeta jovem, forte e lúcido, de uma vertente nada romântica e que por isso mesmo te tornas insuspeito para apoiá-la e/ ou louvá-la.
Beijos gratos e carinhosos
da Lu
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