Encontrei recentemente mais estas duas jóias de minha irmã (na montanha de papéis dos inéditos da sua obra, na arca do nosso sótão) que se enquadram na série "Sonetos Pampianos" que eu precipitadamente fechara em 258. As novas descobertas deste tipo estou agora publicando aqui e no blog dela entitulado "Sonetos Gauchescos da Alma" (Lucia Welt)
Meu Pampa verdadeiro (de Alma Welt)
Para além do meu jardim e do vinhedo
Começa o meu pampa verdadeiro,
Bem mais que de um mar o arremedo,
As ondas em que o “gaucho” é marinheiro:
As coxilhas ondulantes, femininas,
Semeadas de intermitentes frondes
Dos umbus que coroam as colinas
Onde senta o peão mirando os “ondes”
Para logo remontar o fiel pampa
A galope desatado atrás da rês
Ou as bolas girando, aquelas três
Pra bolear as pernas de uma ema,
Ou o laço enroscar num par de guampa
Como quem lança o fecho de um poema.
04/12/2006
_________________________________
Meu evangelho do Pampa (de Alma Welt)
Por esta manhã que me acordou
Eu sigo pela senda renovada
Que me confirma onde Amor brotou
Quando dei por mim tão deslumbrada
E era a guria apaixonada
Por tudo e por todos nestes prados
Em que renasci, pois transplantada
Viera de uma terra de emigrados,
Lá do Novo Hamburgo, Hamburgo Velho
Que a mim me dera só germanidade
Faltando do meu Pampa o evangelho
Que consiste na amplidão da herdade
E o meu senso de vôo (bah! não riam!)
Em que corpo e alma se uniriam...
16/11/2006
Há 6 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário