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Angústia - de Salvador Dalí
De partos e poentes (de Alma Welt)
Varanda, balcão nobre dos poentes,
Que me viu crescer com a reverência
Com que beijava as mãos benevolentes,
Prevendo de meu pai a rubra ausência,
O qual, por cuja força vim ao mundo,
Que era a minha luz, o rei sol vivo
Cujas mãos tiraram-me do fundo
De um ventre açoriano retentivo,
Na estrada deserta, quase selva,
Num anti picnic nada farto,
Minha mãe aberta sobre a relva...
E vem à minha mente, por instantes,
O vermelho do sangue do meu parto
Nas mãos abençoadas, tão distantes...
(sem data)
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