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Arco de Pua (Alma Welt)
Já percebo os perigos que me rondam
Mas não sou paranóica ou coisa assim.
Se devem ao capricho que me apontam
De desnudar-me à noite no jardim,
E até de dia na coxilha, e por aí
A torto e a direito, em compulsão:
Não agüento mais as roupas que me dão
Desde quando nua e bela apareci...
Alma sou, e poeta, então sou nua!
Nada podem contra mim esses senhores
Carpinteiros com seu arco de pua,
Moralistas de caixão, da integridade,
Que querem a beleza, minha verdade,
Enterrada a dez palmos entre as flores...
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