segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Arco de Pua (Alma Welt)




Arco de Pua (Alma Welt)

Já percebo os perigos que me rondam
Mas não sou paranóica ou coisa assim.
Se devem ao capricho que me apontam
De desnudar-me à noite no jardim,

E até de dia na coxilha, e por aí
A torto e a direito, em compulsão:
Não agüento mais as roupas que me dão
Desde quando nua e bela apareci...

Alma sou, e poeta, então sou nua!
Nada podem contra mim esses senhores
Carpinteiros com seu arco de pua,

Moralistas de caixão, da integridade,
Que querem a beleza, minha verdade,
Enterrada a dez palmos entre as flores...

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