terça-feira, 21 de setembro de 2010

A louca da varanda (de Alma Welt)

Eis a louca da varanda, que me sei,
Que estou aqui há muito meditando
Tentando descobrir onde eu errei
Para estar assim tanto esperando...

Penélope de mim em tempo morno,
Aguardo um sinal vindo do rei
Que me prometeu o seu retorno,
Que mesmo fria e morta esperarei.

Ai! Tempos de ventura, nossa infância,
E depois primeira juventude
Que tentei perpetuar enquanto pude!

Descobri meu destino pelas cartas
No jogo do meu rei, na louca instância
De sofrer-me que voltando logo partas...

(sem data)

Nota
A verdade é que Alma se tornou co-dependente do vício do Rodo no jogo. Meu irmão sempre se declarou um profissional do poker, se é que isso existe. A mim me parece que é um vício mesmo, pois moldou a sua vida numa andança e busca contínuas, que o afastava da Alma (e de nós) por longas temporadas, e a colocava nessa espera também viciosa... Há uma grande quantidade de sonetos da Alma que tratam disso... e a imagem de uma Penélope do poker é recorrente nessa vertente que chamei "Sonetos do Rodo- de Alma Welt", e para a qual abri um blog específico:

http://www.sonetosdorododealmawelt.blogspot.com

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