quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Vigilância (de Alma Welt)

Pra construir uma vida em beleza,
Foi necessária certa vigilância;
Não devo transigir com a estreiteza
Que ronda estes pagos e esta estância.

Falecido meu Vati, que era o Rei,
Tive muito que lutar para manter
Cada umbu (e o bosque preservei),
E continuo a Natureza a defender...

Mas me refiro também à altitude
Da mente e da alma em sua pureza
Que mantive todavia como pude

Apesar de um início em dor e trauma,
E de algumas mulheres a presteza
Em julgar o coração da pobre Alma...

(sem data)



Nota
Acabo de encontrar este soneto na Arca da Alma, em que mais uma vez minha irmã se refere ao trauma de sua infância, quando foi flagrada junto com o Rodo pela nossa Mutti, "a Açoriana" , os dois nuzinhos debaixo da "macieira sagrada" do nosso pomar. Mas com "mulheres", no plural, parece se referir também à nossa irmã mais velha Solange, que perseguiu a Alma desde crianças, por ciúmes e inveja. Mas é bom que os leitores saibam que elas se perdoaram mutuamente, na morte de Solange nos braços da Alma, cena tocante que está descrita no final do romance A Herança .
(Lucia Welt)

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