
Tela de Outono - pintura de Alma Welt, 100x120cm, coleção da psicóloga Ana Maria Amaral, São Paulo, Brasil
Um Soneto de Outono (de Alma Welt)
(da série Sonetos da Pintora (I)
Voltou o Outono e sua quietude
Estação de mortal melancolia
Em minh’alma, malgrado a juventude
Que afinal ainda me anima, serve e guia.
Lanço quadros, em ouro matizado
De vermelho, mas em telas abstratas,
Abstraídas folhas, cataratas
De cores, tons, e frio antecipado.
É o nórdico Outono dentro em mim,
Pois que aqui a cidade se acinzenta
E dói como um cristal dentro de um rim
Que urina sobre a tela em ouro e sangue
Produzindo esta matéria densa e lenta
Onde a alma chafurda como em mangue...
Nota
Este soneto, por oportuno, republico aqui pois foi muito difundido na Internet, "pinçado" que foi da série Sonetos da Pintora (I), de Alma Welt, e transcrito em outros blogs de pessoas sensíveis às mudanças de estação, e em particular a esta tão especial... (mas não são todas?)
(Lucia Welt)
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