Belas manhãs, esplêndidas manhãs
Quando após um breve chimarrão,
A geléia e o queijo sobre o pão,
Eu corria para o prado e seus afãs.
E abrindo meus braços para o céu
Azul de doer de tão perfeito,
Eu experimentava vir do peito
Das andorinhas o mágico escarcéu.
E no calor girava até cair
De tontura, emoção e euforia
Por estar viva e tanto isso sentir.
Mas eis que a sombra começava a vir,
Não do umbu a fronde que alivia,
Mas do afoito coração que entardecia.
(sem data)
Nota
Acabo de encontrar este belo soneto inédito na Arca da Alma, que no entanto denuncia já o trantorno bipolar, doença que a acometeria nos últimos anos e que pode ter sido a causa da morte da grande poetisa. (Lucia Welt)
Há 5 meses
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