domingo, 8 de março de 2009

Onde andarão? (de Alma Welt)

Por onde andarão os meus amigos
Que construíram comigo aquela teia
De pequenos prazeres e perigos
Que a memória viva ainda permeia?

Por onde andarão, estabanados,
Aqueles que passaram dos limites
E que foram entretanto perdoados
Para prosseguirmos sempre quites?

E aqueles mais amados, que varavam
A fronteira sutil da intimidade
E vinham em mim plantar o que amavam?

Estão em mim, eu sei, que ainda acalento
O profundo olhar e o momento
Supremo do abraço... e da saudade!

(sem data)

Nota
Emocionada acabo de encontrar este belíssimo soneto na arca da Alma, que constatei completamente inédito. Pena a Alma não ter datado, mas presumo que pertence ao últimos meses da grande poetisa, quando ela já se achava nostálgica e como que se despedindo do seu rico mundo, que ela tanto amava... (Lucia Welt)

Um comentário:

R. M. Peteffi disse...

putz...
escrevi um poema sobre esse mesmo assunto esses dias...
entendo perfeitamente o estado de espírito da Alma...
é um sentimento bonito, mas triste, ao mesmo tempo...

bjo