sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A Flauta de Pã (de Alma Welt)

Em meio à pradaria esta manhã
Topei um peão chamado Acácio
Que como um pastor do antigo Lácio
Tocava estranha flauta: era de Pã.

Atraída, perguntei-lhe se sabia
Que essa flauta antiga assim chamava
E que com ela Dionisos comandava
Os cantos, as danças e... a orgia.

Então o pastor, desconfiado,
Olhou-me suspendendo o seu trinado
E respondeu com a charla de gaudério:

“Patroa, esta gaita é de família,
Nunca tocou só pr’uma guria,
E meu avô a ganhou num monastério.”

12/05/2005


Nota
Acabo de encontrar este gracioso soneto, para mim totalmente desconhecido, na arca da Alma. Publiquei-o imediatamente no blog dos Sonetos Gauchescos da Alma. (Lucia Welt)

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