
A Ilha dos Mortos- quadro de Arnold Boecklin
A Ilha dos Mortos de Boecklin (de Alma Welt)
Não pare de remar, ó meu barqueiro!
Faça jus à soma que lhe pago,
Não hesite perante o nevoeiro
Que já desce saudando o que aqui trago.
Ajude-me também co’este caixão
Pois sozinha não poderei plantá-lo
Num nicho desta ilha em solidão
Com só a minha dor a acompanhá-lo.
Ilha Fatal, eis que sou tripla refém,
De pé na proa, como tu a me alçar
Das águas que ousei atravessar
Desse Letes obscuro em que vogamos,
Com meu próprio caixão que me contém,
Nós três: um só, no barco que remamos...
18/01/2007
Nota
Acabo de descobrir este soneto na arca da Alma e que pela data foi escrito na antevéspera da morte da Poetisa. De profundo teor alegórico-metafísico, Alma parece ter interpretado o famoso quadro do Boecklin, que lhe inspirou o soneto, com o barqueiro, a figura de pé na proa e mais o morto dentro do caixão como sendo três faces do mesmo ser: o morto que chega por seus próprios meios à Ilha da Solidão. (Lucia Welt)
2 comentários:
Olá, Lúcia! Parabéns pelo blog. Sucesso e longevidade é o que eu desejo.
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Desde já, agradeço por sua atenção!!!
esta ilha...
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