segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Arca de amor e fel (Alma Welt)

Quanto procurei na velha arca
As cartas e os vestígios de um amor
Que foi o de meu pai em seu vigor
E mais além, já quase em sua barca!

Espero que a Mutti me perdoe
Mas sei que não era o seu papel,
Que sem amor não há o que se doe
E a ela caberia a dor e o fel.

E nesta tragédia pampiana
Tomei eu partido do meu Vati
Em prejuízo da pobre Açoriana

Em quem não obstante o amargor
Plasmado em cada folha deste mate,
Reconheço agora tanto amor...

21/12/2006

Nota
Nessa mesma arca que agora guarda a imensa obra inédita de minha irmã, também procurei os vestígios desse misterioso amor de toda a vida de nosso pai, encontrando, como a Alma, somente pistas igualmente misteriosas. Alma se refere a isso também num capítulo de seu romance A Herança e também na crônica O rosto de Musidora, publicada no blog Crônicas de Alma Welt e também no site Texto Livre. (Lucia Welt)

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