Não cantarei de amor mais do que o faço
Ao contar a saga do meu ego
E as estrepolias com que traço
Meu rumo e o sonho a que me entrego
Ao simplesmente viver a minha vida
Com toda a intensidade da alegria
E a louca intimidade compartida
Com tantos (que jamais me encolheria).
Assim, cantando-me a mim mesma,
Ouvi alhures: “Ah! Ególatra sublime...”
Como se isso fora um abantesma...
Até (pasmem!) compreender que ao fazê-lo
Meus versos pertenciam a certo time
Que tem em Wordsworth seu modelo...
06/02/2005
Nota
Percebe-se que Alma, com "ególatra sublime" quis se referir ao conceito de "egotista sublime" usado pelo grande poeta romântico inglês John Keats (1795-1821) numa de suas famosas cartas. Certamente Alma preferiu a paráfrase por questão de rítimo no verso. Naquela carta, Keats coloca o seu contemporâneo William Wordsworth (1770-1850) como exemplo do "egotista sublime", isto é, o poeta que falando de si em termos ideais se erige como arquétipo, na medida em que, usando como tema sua própria experiência cotidiana existencial transfigurada pela arte, fala por toda humanidade. (Lucia Welt)
No cantaré de amor (de Alma Welt)
(versión al castellano de Lucia Welt)
No cantaré de amor más que lo hago
Al narrar la saga de mi ego
Y las picardías con que halago
Mi destino como sueño a que me entrego
Por simplemente así vivir mi vida
Con la intensidad de la alegría
Y la loca intimidad compartida
Con tantos (que jamás me encogería)
Sin embargo, cantando voy mi misma
A oír que soy "ególatra y sublime”
Y como se yo fuera una papisa
Hasta que (usted pasme) he entendido
Que mi verso con un otro ilustre rime
Pues Wordsworth lo habría conocido...
Há 5 meses
Um comentário:
Lu!
Bah, primeiro...Flor de Fobos é um poema lindo...bem como Não Cantarei...singelos pra caramba...
depois...não tenho entrado muito na internet mesmo...uma correria danada aqui...só dá tempo de vez ou outra escrever algum poema e postar, pra depois sair de novo...
mas hoje é sábado...por felicidade...rsrs
gostei do conceito de "egotista sublime"...quanto mais pessoal, mais universal...um homem é todos os homens, e no fim, talvez todas as coisas também, se não por efeito, por princípio...
quanto ao teu comentário, vc tem razão em não gostar muito de conceituação...eu ñ gosto também, só como recurso, e em determinados escritos...a não ser que seja uma brilhante conceituação...como no caso de uma frase do Bernardo Soares, o heterônimo de Pessoa (é isse mesmo o nome ou outra coisa? tenho problema com nomes...) "deus é o existirmos e isso não ser tudo"...
Pessoa era foda...ou os outros eram fodas...quiçá Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e toda essa penca tenham inventado Fernando Pessoa...rs
quanto ao auto-flagelo...talvez esses poemas sejam momentos de alguma lucidez horrível, às vezes...são os que não me preocupam com relação a forma...parece que vêm sozinhos...
talvez sejam um esgoto, e só...uma prática terapêutica, pra aliviar a tensão da mente...
bom, por ora...
no mais, tudo,
como sempre..
beijos!
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