quarta-feira, 23 de julho de 2008

Palavras ao Vati (de Alma Welt)

Encontrei hoje este sugestivo soneto da Alma, que esclarece a complexa relação de minha irmã com o Vati (papai), com Rôdo, nosso irmão, e com a Mutti, nossa mãe, a "Açoriana", como Alma dizia mais comumente. (Lucia Welt)

Palavras ao Vati (de Alma Welt)

Dá-me teu colo, Vati, estou carente,
A Açoriana acaba de afastar-me.
Eu sei, ela me acha delinqüente,
Somente tu, ó Vati, sabe amar-me.

Ela diz que me espevito ao ver "um macho",
Tu ou Rôdo, dia e noite, e sem que
Jamais, ela diz, "sossegue o facho"
Mesmo servida a minha quota de rebenque.

Mas, pai, foste tu que me criaste
E me disseste pra ser sempre verdadeira,
Que minha pele já propunha esse contraste

Com, do falso a escura face, escondida,
E que jamais porias na coleira
O ser que iluminou a tua vida!


06/11/2006

Palabras al Vati (de Alma Welt)
(Versión al castellano de Lucia Welt)

Dáme tu cuelo, Vati, estoy carente,
La Azorana acaba de alejarme.
Yo lo sé que me reputan delincuente,
Y solamiente tú sabes amarme.

"Ay! que no puedes ver macho, desde luego,
Tu Vati o el Rodo, dia y noche, sin que
Desdichadamente te despierte el fuego"
Y me sirve mi cuota de rebenque...

Pero, mi padre, ha sido tú que me criaste
Y me alertado a ser siempre verdadera
Y que mi piel propugna este contraste

Con la oscura cara del falseo, escondida,
Y que jamás quisieras ver en la collera
El ser que siempre ha alumbrado tu vida.

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