domingo, 27 de abril de 2008

(Para Melissa Patiño, poetisa encarcerada

(Para Melissa Patiño, poetisa encarcerada
(de Lucia Welt)

Que mal pode um poeta
ter feito?
Nem em seus sonhos
de liberdade mais extrema,
em seus devaneios de liberdade
que por definição
não contêm sangue
somente os brados
e os cantos
de mil crianças em coro

Que perigo representa um poeta?
O perigo de uma criança
em sua candura...

Melissa Patiño espera
em sua cela
que não deveria ser
e existir
nem no absurdo
de um mundo sem luz.
A poetisa mártir
de sua própria juventude
e livre pensamento
resiste certamente
em sua cela

E espera que nos juntemos
a ela
irmãos em liberdade.

Que mais pode um poeta esperar
num mundo que encarcera
as crianças da alma?

Que todos ocupemos essa cela
com ela
que todos nos apossemos dessa cela
na ciranda milenar
dos poetas do mundo
de mãos dadas com Lorca,
Neruda e Darío
com Rimbaud e Pessoa
Florbela, Cecília e Alma Welt
Com todos todos
Com nós todos!

(Lucia Welt)

18/04/2008

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