Mestre Freud dizia que as palavras
São uma espécie de magia atenuada.
Então, análise vem a ser abracadabras
Que a linguagem põe desencantada.
Nesses termos o poeta é o contrário,
Recompondo o encanto primitivo
Do verbo em seu impulso instintivo
Que marca a relação com o imaginário
Mas também com o mundo do real,
Mandrake, ilusionista e assombroso,
E a vida, um truque herdado mal e mal.
E estamos ainda agora como dantes,
Em plena festa da Natura como infantes
Diante do mágico, do acrobata e do Bozo*.
(sem data)
Nota
*Bozo- alcunha de um palhaço muito estereotipado da televisão brasileira nos anos oitenta, aqui usado como imagem do lado ridículo da nossa natureza... (Lucia Welt)
Há 6 anos
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