segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Post Mortem (de Alma Welt)

Peregrina a vagar nas pradarias
Eu me tornei a Alma do meu Pampa
E os gaúchos em suas montarias,
Reverentes vêm até a minha campa

E apeando depositam um raminho
De flores do meu campo em primavera,
Ou dos seus amargos um saquinho
Antes de seguirem pra Rivera

Onde o prado encontra os castelhanos
Que outrora ferozes combatemos
E que agora na verdade tanto amamos

E temos como símbolos do humilde
(pelo menos os fiéis que recolhemos),
Corações como o Galdério e a Matilde.


(sem data)

Nota
Encontrei recentemente na Arca da Alma este soneto esotérico em que a Poetisa parece falar no seu "Post Mortem", isto é, falando do além. Comoveu-me ela lembrar desta maneira os nossos queridos Galdério e Matilde, que são uruguaios de nascimento e trabalham conosco aqui na estância desde 1970. Mostrei o soneto para eles, e Matilde, que foi babá da Alma, caiu em prantos, enquanto Galdério disfarçava as lágrimas.(Lucia Welt)

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