NO VALE ENCANTADO
Para Lúcia Welt
No vale encantado era assim
Canoinhas cor de ocre atravessavam o rio de margem a margem
Canoas escuras
Canoas cor de pau n`àgua cortavam os olhos do menino
Sentado nas barrancas de terra vermelha
Com os olhos no azul
Onde urubus faziam suaves contornos de vôos
Plano de vôo planos de nunca deixar aquele chão
Aquele rio aquele porto aquele sonho
Aquele amor de nunca mais doer de nunca mais sangrar
O menino sentado nas barrancas de terra vermelha cresceu
Mas o rio esse ainda banha o coração do menino
Ainda banha a terra que molha o chão
Flor de lis no sertão
Flor do lácio da língua dos Botocudos
O menino cresceu
O bonde passou
A tarde caiu
A noite chegou
A cidade se abriu
E o sonho acabou
Cláudio Bento
BH . Outubro . 2007
Lu, este é o último poema da série Lúcia Welt No Vale Encantado, espero escrever muito mais para esta musa de fina tessitura. Obrigado pela luz.
Há 6 anos
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